quarta-feira, março 20, 2024

Hino à Madre Cabrini


Tudo eu posso

Tudo eu posso naquele que me conforta

Era seu lema preferido

Quando o problema batia a sua porta


Francisca Xavier Cabrini 

Missionária do sagrado coração

Reuniu outras jovens pro seu time 

Para expandir a sua congregação


Para as Américas

Estados Unidos, Nicarágua, Panamá

Argentina, Brasil e outras terras 

Lá foram elas o amor semear


Aqui ali hospitais foram surgindo

Orfanatos para as crianças amparar 

Muitos colégios também foram se abrindo 

Porque Francisca nasceu para lutar


Lutou por Cristo 

Porque foi ele e a sua maior razão 

O seu trabalho não era ativismo 

O seu trabalho era sempre oração


O seu trabalho não era ativismo 

O seu trabalho era sempre oração

sexta-feira, setembro 09, 2005

Governo e oposição merecem Severino
Kennedy Alencar, colunista da Folha Online, é repórter especial da Sucursal de Brasília da Folha de S.Paulo.
09/09/2005

As causas da eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE) para presidente da Câmara foram principalmente duas: incompetência política do governo e irresponsabilidade da oposição. Eleito na madrugada do último dia 15 de fevereiro, Severino chegou ao atual posto numa noite em que todo mundo deu um tiro no pé, expressão que serviu de título a uma Pensata na mesma data.

Naquele momento, antes da grave crise política instalada faz mais de três meses, a eleição de Severino foi um claro sinal de que já estava ameaçada a continuidade do projeto de poder do PT.

Naquela madrugada, Lula "começou a perder a reeleição", disse um deputado do PFL a este jornalista, contente com a derrota do candidato do governo e do PT, Luiz Eduardo Greenhalgh (SP).

O pefelista tinha razão. Mas aquela noite também foi a noite em que a Câmara deu início ao seu mais forte processo de desmoralização. Políticos nunca tiveram boa imagem. É natural a população desconfiar deles. O Brasil real está aí para justificar tal desconfiança.

No entanto, nunca o Legislativo brasileiro se mostrou tão mesquinho como naquela noite. Elegeu presidente da Câmara um deputado federal do "baixo clero" _congressistas sem visibilidade pública, mas muito interessados em benesses públicas.

Severino fez carreira no pior tipo de conservadorismo católico e em negociações congressuais as mais miúdas. Agora, a entrevista de um concessionário de restaurante da Câmara mostrou que ele também é versado em extorsão.

Severino teve 300 votos entre os 498 parlamentares presentes no segundo turno. Foi eleito pela ampla maioria da casa.

O PSDB e o PFL, que hoje dizem que Severino não tem condição de presidir a Câmara, já sabiam disso naquela noite. E votaram nele, com honrosas exceções. O governo Lula, derrotado no triste episódio, deu a Severino o poder de indicar um ministro, sem contar a nomeação de um filho para um cargo público em Pernambuco y otras cositas más.

Governo e oposição fizeram por merecer Severino. Um castigo para a classe política como há muito não se via. Agora, a classe política pagará o pato como um todo, dos incompetentes do PT aos hipócritas do PFL e do PSDB.

Tomara que os políticos tenham aprendido a lição e que ajam com mais responsabilidade na atual crise política. Um bom começo será cassar Severino e todos os que mereçam o mesmo destino na crise do mensalão.

Mas será preciso mais do que investigar profundamente as acusações de corrupção. Ao final desse necessário processo, será fundamental que a política brasileira não se transforme numa guerra permanente, na qual um grupo dinamitará o outro até lhe tomar o poder e assim por diante. O PT vê hoje como errou ao exagerar nos ataques a FHC. Setores do PSDB parecem mais interessados em vingança do que em investigar denúncias de corrupção.

O maior risco que o Brasil corre é que seus políticos, sejam do governo, sejam da oposição, não estejam à altura dos desafios e problemas do país.



Honrosa exceção

Por questão de Justiça, segue um merecido registro: o prefeito de São Paulo, o tucano José Serra, fez articulações até a última hora para que o PSDB votasse em Greenhalgh para presidente da Câmara. Serra teve grandeza naquele momento.



Lula não é Severino

Como Lula não é Collor, Lula também não é Severino.

O presidente da República tem cometido um erro político atrás do outro. E está pagando caro por isso.

No entanto, é injusta a comparação frequentemente feita entre ele e Severino, como se fossem farinha do mesmo saco por serem de Pernambuco e não terem educação formal. Eles não são farinha do mesmo saco. Um avaliação equilibrada leva à conclusão de que se trata de políticos bem diferentes.

quinta-feira, junho 23, 2005

Picaretadas
22/06/2005

Foi só eu botar os pés fora de Brasília que o mundo desabou. Corrupção nos Correios, "mensalão" para comprar votos de deputados, CPIs, queda do super-ministro José Dirceu. Politicamente, isso significa que... o PMDB ficou importantíssimo.

No início, os governos são fortes e os políticos ficam loucos para pular no barco. Quando os governos começam a fazer água, os políticos ficam loucos para pular fora.

Em outras palavras: no início, os políticos precisam do governo; depois, o governo é que precisa dos políticos. E é justamente nesta fase que o governo Lula está.

Com tantas denúncias, tanta suspeita, tanta incompetência política, o governo demonstra fragilidade, e a reeleição de Lula já não é tão certa assim. Para piorar, o centro da crise é o PTB, e o deputado Roberto Jefferson encurrala as cúpulas do PP e do PL --cujos deputados estariam sendo comprados, mês a mês, por R$ 30 mil pelo PT. Em acertos feitos dentro do Palácio do Planalto!

Com três partidos da base abalados pelo escândalo e diante da cisão cada vez mais séria do próprio PT, a cúpula governista só pode chegar a uma conclusão: tudo pelo PMDB!

O partido, apesar de sempre dividido ao meio, parece desta vez conseguir uma aliança tácita entre os governistas e os oposicionistas em torno de uma posição: todos querem garantir a governabilidade de Lula. Ou seja, ninguém quer desestabilizar o governo nem jogar o presidente no centro da arena.

A partir desse ponto de encontro, há ainda muitas divergências, principalmente em torno de duas coisas: os governistas esperam que esse apoio seja recompensado com cargos e os dois lados continuam divididos entre rumar com Lula e o PT em 2006 ou voltar para os braços do PSDB e um de seus quatro pré-candidatos: Alckmin, Serra, FHC e Aécio. Lula quer amarrar o presente e o futuro com a reforma ministerial da vez.

O PMDB tem fortes bancadas na Câmara e no Senado e sete governadores, além de dois ministérios e incontáveis cargos de segundo e terceiro escalões. Quer mais. O que se comenta em Brasília é que poderá levar, além de Transportes e Comunicações, que já tem, mais Minas e Energia (de onde Dilma Rousseff saiu para a Casa Civil) e Integração Nacional (hoje com Ciro Gomes, do PPS governista).

Enquanto Lula se cala sobre a questão, a cúpula do PMDB arma seu jogo. Nesta terça-feira, o presidente do Senado, Renan Calheiros, conversou com Sarney, que está em Paris, e almoçou com governistas e oposicionistas. Aliás, já tinha sondado também Orestes Quércia, em São Paulo.

Eles estão tranquilos, esperando a cavaleiro o convite do noivo e a oferta do dote. Quem deve estar sem dormir é Lula, seu partido e seu governo. Livrar-se do PTB, do PL e do PP para cair nos braços do PMDB?

Na oposição, Lula acusava o Congresso de abrigar "300 picaretas". Como não soube negociar politicamente com partidos e com líderes, obrigou seu partido e partir para a ignorância e comprar boa parte dos 300 --em espécie.

Investimento arriscado. Quem mexe com fogo sabe que pode se queimar. Quem se alia a picaretas deveria saber muito bem no que isto costuma dar.

Eliane Cantanhêde é colunista da Folha. Escreve para a Folha Online às quartas

segunda-feira, junho 20, 2005

Revista elege "OK Computer" melhor disco dos últimos 20 anos
da BBC Brasil

O disco "OK Computer", da banda britânica Radiohead, foi eleito o melhor disco dos últimos 20 anos pela revista americana especializada em música "Spin".

Um painel de especialistas escolheu o disco, de 1997, porque ele "previu de forma fantástica nossa cultura global de agonia comunitária", como declara o editorial da revista, que comemora 20 anos.

Mais de um quarto dos 100 melhores discos escolhidos são de artistas de hip hop, apesar da revista ter no rock o seu foco principal.

Entre os primeiros colocados estão "It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back", do Public Enemy (segundo lugar), "Nevermind", do Nirvana (terceiro), "The Queen is Dead", dos Smiths (quinto) e "Sign O' The Times", de Prince, na oitava posição.

A editora-chefe da revista, Sia Michel, disse ter escolhido discos de 1985 para cá porque as obras das últimas décadas foram marcadas por "brilhantismo, inovação e relevância que sobreviverão aos tempos".

Entre os álbuns mais recentes na lista da Spin estão "College Dropout", de Kanye West (2004), e "Fever to Tell", dos Yeah Yeah Yeah's, de 2003.

Sia Michel disse que a popularidade traduzida em venda de discos não influenciou no resultado. "Os Pixies, por exemplo, aparecem em sexto lugar na lista com "Surfer Rosa", álbum que não vendeu milhões", diz.

O próprio "OK Computer" não alcançou mais do que o 21º lugar na Billboard americana. O disco é "narrado" por um robô angustiado e baseado na obra de ficção científica "O Mochileiro das Galáxias".

domingo, junho 19, 2005

Lula acerta ao cortar na carne
17/06/2005

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva finalmente agiu. E agiu acertadamente. Ao tirar José Dirceu da Casa, a decisão "mais difícil", de acordo com as suas próprias palavras, o presidente cortou na carne e mostrou disposição para enfrentar a mais grave crise de sua administração.

O afastamento de Dirceu do governo tem um peso simbólico imenso. Ele foi o grande estrategista das alianças que levaram Lula à Presidência. Foi dele a opção pela inflexão ao centro, pela moderação política e econômica.

Hábil para chegar ao poder, Dirceu errou muito no exercício de cargo tão importante. Uma mistura de sentimento de co-presidente com arrogância o levou a colecionar inimigos, achando que podia atropelar colegas e partidos sem custo.

O custo veio agora, e Dirceu poderá se recuperar politicamente se souber tirar lições dos fatos que o transformaram de ministro mais poderoso no maior problema do governo no curso de quase 30 meses.

Outras medidas virão. Ministros retornarão à Câmara. A política econômica será fortalecida. O PT tende a ser reunificado num momento em que dá sinais perigosos de fracionamento.

Já Lula, como mostra pesquisa Datafolha, continua a se reeleger no segundo turno, apesar da tremenda crise. É um capital e tanto. Lula errou na política no último ano. Tem outro ano para tentar corrigir esses erros, superar CPIs e acusações de corrupção na sua administração. Se ele também souber aprender com suas faltas, será reeleito.

Kennedy Alencar, colunista da Folha Online, é repórter especial da Sucursal de Brasília da Folha de S.Paulo.
Análise: O Brasil vai bem, obrigado
15/06/2005 - 11h50
GILBERTO DIMENSTEIN
Colunista da Folha Online

As notícias sobre corrupção são tão impactantes --e recorrentes-- que transmitem a sensação de que, no Brasil, ninguém presta e nada funciona. Errado. A verdade é a vitalidade de um país, e não sua decadência moral.

Essa enxurrada de denúncias só existe porque, primeiro, a democracia brasileira pode funcionar mal, mas funciona cada vez melhor. Temos cada vez mais mecanismos de apuração, a começar de uma imprensa investigativa, independente; disseminaram-se controles orçamentários pelo aprimoramento do controle de gastos públicos; fortaleceram-se instituições como o Ministério Público.

A população, mais educada e atenta, cobra, exige, acompanha. Não deixa passar. O governo é obrigado a se explicar e planejar mais ações de transparência.

Mesmo com toda essa crise, a economia ainda não se abalou, o que mostra um amadurecimento das instituições.

Ou seja, tudo parece péssimo, mas a verdade é que estamos bem.

domingo, dezembro 12, 2004

Sorria, o Brasil tem jeito!
http://nominimo.ibest.com.br/
No minimo - Tutty Vasques


11.12.2004 | Não encontro outra explicação para o que me salta aos olhos no noticiário: de repente, tudo começou a dar certo sem que ninguém saiba exatamente como aconteceu. Ou seja, as coisas podem estar fugindo de controle no bom sentido, deixando de ser mero efeito do comando de quem manda. Para os governantes a situação é constrangedora. Rosinha e Garotinho, por exemplo, estão escondidos com medo que lhes peçam explicação sobre o crescimento da renda per capita no Rio de Janeiro. O próprio Lula não faz a menor idéia porque o PIB descacetou daquele jeito. O presidente leva a vantagem de não esquentar com isso. Comemora da mesma forma que o torcedor que estava jogando bolinha de papel nos outros na hora do gol de seu time.

Acho que todos nós devíamos seguir o exemplo do presidente. O milagre do crescimento talvez seja isso, um estado de espírito. Vamos lá, pensamento positivo, gente! Sorria, você está no Brasil. Se 5% do que escuto falar sobre a incompetência do governo Lula for verdade, taí um motivo a mais para dar crédito às suspeitas de que o país está melhorando por conta própria. O resultado deu nos jornais: Polícia Federal prende gente graúda todo dia, Justiça cerca Maluf, transplantes batem recorde em São Paulo, projeto vai baixar preços de mais remédios, risco país cai, energia vai ficar 5% mais barata para consumidor em 2005, melhora o estado de saúde de Reginaldo Farias e Joãosinho Trinta, carga tributária cai pela primeira vez em 12 anos, João Carlos Martins volta a tocar piano com as duas mãos, cresce aprovação do governo e, com o dólar do jeito que anda, francamente, capaz de Marcelo D2 passar o Natal com o filho na Disney.

Sonhei com isso noite dessas. O PMDB já havia inclusive se desligado do governo, a vida no Brasil corria às mil maravilhas e a grande aflição dos homens públicos – não é o caso do Lula – era não ter nada a ver com isso. O país operava em sistema de piloto automático, sem controle remoto e, desde então, não parava de crescer e prosperar. Fome, miséria, desemprego, como nada disso era mais assunto em reunião de pauta, aos poucos o “Jornal Nacional” foi perdendo a razão de ser. O brasileiro andava por aí tão alegre e feliz quanto Lula. Nos bastava sermos otimistas para que tudo desse certo.

Acordei confuso, levei algumas horas para separar o que era sonho do que eu tinha lido nos jornais da véspera. Ainda não estou bem certo sequer se as boas notícias são de verdade. Acho que nem sei mais direito o que é uma boa notícia pra valer. Prefiro continuar sonhando com isso: o Brasil está melhorando apesar dos brasileiros. Há de chegar o dia em que o movimento ‘Basta!’ não terá outra coisa para se indignar além das restrições ao direito de Luciano Huck ir e vir de sandálias havaianas.

Hino à Madre Cabrini

Tudo eu posso Tudo eu posso naquele que me conforta Era seu lema preferido Quando o problema batia a sua porta Francisca Xavier Cabrini  Mis...